Relato de experiência própria
Comecei a investir em 2006, quando consegui um bom emprego. Na época, a bolsa de valores vivia um grande boom, com ações subindo mais de 100% de um ano para outro. O que fiz? Tomei emprestado de meu pai um valor correspondente a 4 vezes o meu salário bruto e apliquei em um fundo.
Comecei a investir em 2006, quando consegui um bom emprego. Na época, a bolsa de valores vivia um grande boom, com ações subindo mais de 100% de um ano para outro. O que fiz? Tomei emprestado de meu pai um valor correspondente a 4 vezes o meu salário bruto e apliquei em um fundo.
Após um ano, um ano e meio, o valor tinha subido uns 40% e fui aplicando mais. Meu colega de trabalho comprou um imóvel e me sugeriu comprar um. Eu respondi que de jeito nenhum “prefiro
pagar aluguel, o preço dos imóveis está estacionado há anos, ações rendem muito mais”.
pagar aluguel, o preço dos imóveis está estacionado há anos, ações rendem muito mais”.
Em 2008, veio a crise, os imóveis dispararam de preço, meu fundo estacionou no mesmo valor por cinco anos, até eu resgatá-lo em 2012. Sorte que em 2009 deu tempo ainda de comprar um imóvel com preço ainda bom e taxa boa.
No auge da crise, o valor dos meus ativos era uns 30% a menos do que o auge. Nessa época eu já tinha metade de meus investimentos naquele fundo e metade em carteira administrada por conta própria, via home-broker. O problema é que a empolgação com a Bolsa havia feito com que eu investisse 100% em ações.
Principais erros que cometi e que deixo para aquelas pessoas capazes de aprender com os erros dos outros:
1) Ganância: por sempre ter sido classe média, achava que era melhor ganhar muito de uma vez (e alcançar a prosperidade) ou perder tudo na bolsa (atitude de apostador) do que ganhar taxas mais seguras em renda fixa ou outros investimentos;
2) Impaciência com os rendimentos (e valores de face das ações – desconsideração do valor intrínseco), o que me fazia girar muito minha carteira (e desperdiçar meu tempo e milhares de reais em corretagens) sem qualquer ganho;
3) Empolgação com o investimento “da onda”. Investi tudo em ações, porque ações era o que dava mais dinheiro no momento. O mercado corrigiu e eu paguei o preço.
As lições iniciais desse blog, antes dos estudos que aqui serão postados, então, são:
1) Cuidado com as armadilhas da “moda”. Outro dia uma garota de uma imobiliária me ligou oferecendo uma unidade hoteleira, disse que o empreendimento era o maior sucesso. Eu perguntei: “Como, se ainda não inaugurou”. Ela disse: “Sucesso na venda das unidades”. Claro, era sucesso da imobiliária, que ganha percentual da venda. Se o hotel depois vai ser rentável, isso é um abacaxi para o investidor descascar sozinho. Em BH, estão para entrar em operação (depois da Copa, pois não ficam prontos até 2014), mais ou menos, 1 hotel para cada quarteirão (rs.). Eu é que não entro em uma fria dessas. A recuperação do mercado hoteleiro já passou, depois de vários anos em baixa. O viés de alta pode até continuar em alguns locais específicos e de crescimento recente, mas, nas capitais, já está saturado.
O mesmo eu digo do investimento em imóveis. Quem diz que não há bolha imobiliária, está mentindo (deve ser algum corretor) ou é ignorante. Isso não quer dizer que não haja boas oportunidades, mas que elas estão raras e, por isso, a importância das discussões e estudos deste blog, para detectá-las.
Enfim, diversifique seus investimentos e sempre desconfie do investimento da moda (invista apenas uma parte do seu dinheiro nele, porque, afinal de contas, ficar assistindo a festa pela janela também não é fácil).
2) As corretoras de valores também estão aí para faturar em cima de você. Análise técnica e operar por notícias é coisa de quem não tem amor ao próprio tempo, e pode ficar o dia inteiro acompanhando 0,5% para mais ou para menos no valor da ação. Amigo, não entre nessa, no começo eu entrei, dá stress, dor no estômago e seu cabelo fica branco. Cada ano nesse ritmo, você perde 5 anos lá no final, quando você pensava em desfrutar do rico dinheirinho que você está poupando.
3) Afaste a ganância de ti, meu amigo. A primeira e uma das únicas chances de alguém ficar rico é no nascimento. Essa, você, como eu, já perdeu. Trabalhar muito pode até render um bom padrão de consumo, mas vai custar a sua vida (que vale muito mais). Estudar, então, também é contar com o incerto, de que lá na frente, depois que você estiver bem qualificado, alguma empresa vá querer te pagar bem por isso (e você também corre o risco de ver a sua vida passar diante de ti). Enfim, a dica é: RELAXE quanto ao dinheiro que você tem e ganha. Consuma com moderação, evite a ostentação, porque não importa o quanto você ganhe, sempre será pouco se você achar que precisa de sair na rua desfilando. Poupe com moderação (e invista com sabedoria) e não se apegue tanto a seu dinheiro ou à pressa de realizar um determinado sonho (que custe muito dinheiro). Se é para ser seu, uma hora será. Se não, também não adianta estressar e perder sua saúde por isso.
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